Sessão da Câmara de Cantagalo tem bate-boca e ameaça de processos

A última sessão ordinária antes do recesso da Câmara Municipal de Cantagalo, Centro-Sul do Paraná, na noite desta quinta-feira (29), teve um final marcado por bate-boca e ameaças de processos entre a vereadora Maria Lucia Monssão (PT) e o vereador Jacir Marcondes (PSDB).
O clima começou a ficar tenso quando Maria Lúcia pediu explicações a Marcondes sobre uma conversa que tiveram após a sessão da semana passada quando o vereador teria dito que ela também estaria envolvida em falcatruas na gestão passada.
“Não me lembro de ter sido presa, não me lembro de ter sido afastada, então se o senhor tem prova contra o meu nome gostaria que o senhor apresentasse”, declarou Maria Lúcia.
A vereadora classificou Marcondes de misógino – que tem aversão às mulheres – e que esse tipo de conduta tem se verificado em Cantagalo, onde, segunda ela, há muitas ações machistas.
Ao final do discurso, Maria Lúcia elevou o tom e disse que Valmir Silveira, vereador afastado pela Justiça e que enfrenta um processo de cassação no Legislativo, deveria renunciar. “Gostaria que esse despótico que continua incomodando a nossa Casa tivesse vergonha e pedisse a renúncia de seu mandato”, declarou.
Ela terminou dizendo que “nenhum político sem vergonha vai me botar medo aqui dentro dessa Casa”.
Reação
Marcondes que ouviu o discurso da vereadora calado pediu a palavra e perguntou se ela estava o chamando de sem vergonha. Maria Lúcia respondeu que estava se referindo a outra pessoa, mas não revelou onome. “O senhor sabe quem é o político sem vergonha”, afirmou.
O vereador tucano declarou que na semana passada estava falando sobre a possibilidade de existir outros fatos irregulares na Câmara e que seu objetivo era apenas orientar a parlamentar.
A vereadora interrompeu Marcondes e quis saber por que ele havia tocado no assunto. “Quais as conversas que o senhor vem tendo nessa sociedade de políticos sem vergonha?” questionou.
Marcondes retrucou e disse que iria processar a vereadora por tê-lo chamado de “político sem vergonha” e afirmou que em momento algum caluniou Maria Lúcia.
Ele declarou ainda que Maria Lúcia pensa ter mais poder como parlamentar por ser a primeira secretária da Casa. “Se a senhora me chamar de político sem vergonha eu vou lhe processar”, reforçou.
Maria Lúcia retrucou dizendo que também poderia processá-lo. O presidente do Legislativo, Mateus Ruzicki (PSD), interferiu para que o debate acalorado não se prolongasse por mais tempo.