O italiano Luiz Bettinelli, figura proeminente no cenário comercial e industrial de Uruguaiana no século XIX, realizou uma notável viagem de retorno à Europa, onde visitou uma exposição em Turim, Itália. Lá, ele se deparou com uma maquete em gesso do edifício da Biblioteca de Varsóvia, na Polônia. Impressionado pela beleza e imponência da obra arquitetônica, Bettinelli decidiu adquirir o projeto e levá-lo para Uruguaiana, com o intuito de construir uma réplica que serviria como a sede do Clube Comercial.

Determinado a concretizar sua visão, Bettinelli reuniu verbas junto a outros homens de posses e se empenhou pessoalmente na construção do edifício, que foi erigido em estilo neoclássico. O Clube Comercial foi fundado em 13 de agosto de 1893 e rapidamente se tornou um marco arquitetônico e social da cidade.

No alto do frontispício do edifício, encontra-se um conjunto escultórico que representa deuses gregos, onde Mercúrio é a única figura identificada com certeza. A seu lado, uma figura feminina que lhe põe a mão no ombro em atitude materna pode ser “Maia”, sua mãe, cujo marido, pai de Mercúrio, foi Júpiter, o rei dos deuses. A outra figura, de uma jovem mulher, pode representar uma das ninfas, divindades menores com as quais Mercúrio se relacionava.

Em 1946, a diretoria vigente do Clube Comercial, em uma grande solenidade, inaugurou um busto em bronze de Luiz Bettinelli, que havia falecido em 1911. O busto foi colocado no alto da escadaria que conduz ao Salão dos Espelhos, eternizando a memória e a contribuição de Bettinelli para a história e o patrimônio de Uruguaiana.

Fonte: Biblioteca IBGE

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Luiz Carlos da Cruz
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