O Clube Caixeiral de Pelotas foi idealizado na noite de 6 de outubro de 1879, quando alguns caixeiros se reuniram por sugestão de Manuel Morales para, em comissão, se entenderem com alguns patrões a fim de conseguirem o fechamento das portas do comércio aos domingos e dias santos, que aconteceria a partir das 15 horas e iria até o dia seguinte. Após muito esforço, em 8 de dezembro do mesmo ano, os trabalhadores conseguiram ter o pedido aceito.
Em 25 de dezembro de 1879, com a presença de 97 caixeiros, foi criado o Clube que, anteriormente, se chamou “Club União e Progresso”. Apenas em 10 de janeiro de 1880, passou a se chamar “Club Caixeiral”. O Clube foi construído pelo arquiteto pelotense Caetano Casareto e se localiza na Praça Coronel Pedro Osório, 106, ao Centro de Pelotas. Do Clube nasceram o Esporte Clube Pelotas, o Clube Brilhante, a União Gaúcha Simões Lopes Neto, a primeira Academia de Contabilistas Pelotenses e a Academia Pelotense de Letras.
Durante alguns anos, o Clube ocupou várias sedes provisórias, até que em 11 de dezembro de 1905 passou a ocupar a sede própria, ainda em fase de conclusão. O Livro de Visitas do Clube Caixeiral registra nomes de personalidades célebres na nova sede, como Yolanda Pereira, que foi a primeira Miss Universo oriunda do Brasil e moradora no Clube, tendo parte de sua mobília ainda guardada em sua homenagem em um espaço reservado do Clube; Princesa Isabel, que se hospedou no Grande Hotel e se reunia ao Clube; João de Sá Camela Lampréia, que era Ministro de Portugal; Dr. A. Cassiano do Nascimento, que era Deputado Federal; Dr. Affonso Penna, que fora Presidente da República; Dr. Borges de Medeiros, que era Presidente do Estado; Dr. J. L. Rowen, antigo Ministro norte-americano; Dr. Júlio Philippe, que fora Ministro Chileno; Dr. Bruno Gonçalves Chaves, que era Ministro junto à Santa Sé; Coelho Netto, o Escritor; e, G. C. Machado, que foi Cônsul de Portugal.
Já a biblioteca do Clube, que abrigava obras raras, teve de ser desmontada em 2008, sendo o acervo cedido à Bibliotheca Pública Pelotense. Apenas um livro não foi entregue e ficou guardado no cofre: uma das 300 cópias de uma edição especial de Os lusíadas, após 300 anos da morte de Luís de Camões.
Fonte: Bibliioteca IBGE